quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O SALTIMBANCO

Há algum tempo conheci um cômico. A indumentária espalhafatosa e o chapéu panamá podiam até dizer: – bem-vindo ao circo. Mas quando ele começava a falar era difícil ligar aquela figura à sua finíssima pessoa. Ele sobrava em todos os assuntos, a ponto de sempre o deixarem tomar conta da conversa, com gosto. Divertiam-se, gargalhavam, riam e iam embora. Eu, no entanto, atormentado com todo aquele seu vocabulário alegórico, procurava-o sempre, depois de cada festa ou reunião social, e pasmava-me do verdadeiro significado. Na verdade, não tinha nada para rir.

5 de agosto de 2013

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